Os Pioneiros II - A Lenda de Miragaia
Filme: "A Lenda de Miragaia"
Género: Animação
Técnica: Animação de Recortes (silhuetas)
Realizador: Raul Faria da Fonseca e António Cunhal [1]
Produção: 1931 (Julho/Agosto)
Estreia: 1 de Junho de 1931, no Paris-Cinema
País: Portugal
Som: Filme Mudo
Duração: ?
Estado: Perdido
Produtor: Ulyssea-Film
Personagens: Rei Ramiro, Rei Mouro, Princesa.
“A Lenda de Miragaia” é, no panorama do Cinema Português de Animação, um dos filmes mais interessantes. Caracterizado essencialmente pela sua singularidade técnica, este filme surge no ano de 1930/1931 [2], como o primeiro filme de animação de silhuetas, realizado em Portugal. A técnica consistia em desenhar em papel as personagens e cenários, que posteriormente seria recortado à tesoura e montados em cartolina, de modo a que se pudesse orquestrar a sua movimentação.
Este tipo de animação provoca um efeito visual muito interessante, que recorda o universo dos teatros de sombras chinesas.
A lenda de Miragaia, na versão do Romanceiro de Garrett foi a história que serviu de base ao desenvolvimento da animação, “o entrecho é conhecido. As lutas do Rei Ramiro contra o Rei Mouro, os actos de coragem e sacrifício e o fiozinho de amor de todas as nossas lendas (…)”.
Outro aspecto interessante é a afinidade deste filme com “As aventuras do Príncipe Achmed” (1926), da realizadora Alemã Lotte Reiniger. Este filme, identificado comummente como a primeira longa-metragem europeia de animação, utiliza a mesma técnica, e até mesmo a narrativa encontra pontos de contacto.
Contudo a técnica do recorte é mais característica do norte da Europa, onde ainda hoje, o hábito de recortar figuras para ornamentar as janelas, durante as quadras festivas é comum. Nota-se assim, no filme português, uma inferioridade técnica, relativamente ao seu contemporâneo.
De qualquer modo não perde o seu mérito. É sem dúvida um dos filmes mais originais que encontramos em toda a História do Cinema Português de Animação, não só pelos seus atributos estéticos, mas também pelas suas qualidades formais e expressivas.
[1] Irmão de Álvaro Cunhal, morre com 22 anos de idade, vitima de tuberculose.
[2] O filme só viria a estrear um ano após a sua conclusão em 1931.
Género: Animação
Técnica: Animação de Recortes (silhuetas)
Realizador: Raul Faria da Fonseca e António Cunhal [1]
Produção: 1931 (Julho/Agosto)
Estreia: 1 de Junho de 1931, no Paris-Cinema
País: Portugal
Som: Filme Mudo
Duração: ?
Estado: Perdido
Produtor: Ulyssea-Film
Personagens: Rei Ramiro, Rei Mouro, Princesa.
“A Lenda de Miragaia” é, no panorama do Cinema Português de Animação, um dos filmes mais interessantes. Caracterizado essencialmente pela sua singularidade técnica, este filme surge no ano de 1930/1931 [2], como o primeiro filme de animação de silhuetas, realizado em Portugal. A técnica consistia em desenhar em papel as personagens e cenários, que posteriormente seria recortado à tesoura e montados em cartolina, de modo a que se pudesse orquestrar a sua movimentação.
Este tipo de animação provoca um efeito visual muito interessante, que recorda o universo dos teatros de sombras chinesas.
A lenda de Miragaia, na versão do Romanceiro de Garrett foi a história que serviu de base ao desenvolvimento da animação, “o entrecho é conhecido. As lutas do Rei Ramiro contra o Rei Mouro, os actos de coragem e sacrifício e o fiozinho de amor de todas as nossas lendas (…)”.
Outro aspecto interessante é a afinidade deste filme com “As aventuras do Príncipe Achmed” (1926), da realizadora Alemã Lotte Reiniger. Este filme, identificado comummente como a primeira longa-metragem europeia de animação, utiliza a mesma técnica, e até mesmo a narrativa encontra pontos de contacto.
Contudo a técnica do recorte é mais característica do norte da Europa, onde ainda hoje, o hábito de recortar figuras para ornamentar as janelas, durante as quadras festivas é comum. Nota-se assim, no filme português, uma inferioridade técnica, relativamente ao seu contemporâneo.
De qualquer modo não perde o seu mérito. É sem dúvida um dos filmes mais originais que encontramos em toda a História do Cinema Português de Animação, não só pelos seus atributos estéticos, mas também pelas suas qualidades formais e expressivas.
[1] Irmão de Álvaro Cunhal, morre com 22 anos de idade, vitima de tuberculose.
[2] O filme só viria a estrear um ano após a sua conclusão em 1931.
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